16 de novembro de 2010

ARCO-íRIS INCOLOR








Com pequenos gestos você
transforma meu mundo
num lindo jardim.

(Caroline Oliveira)








Quando o céu se torna magenta o
ritmo frenético começa a diminuir
e enquanto caminho minha mente
de simples olho d`agua se
trasforma em mar.

Cyan e tão porfundo que em minha propria
imaginação começo a naufragar.

Algo me traz de volta a tona,
são lembranças que inventei
e outras que por pouco
tempo        vivenciei.

Caminho por jardins que exibem flores cinzas,
passo por pessoas cujas cores são tons de gris,
estas sem olhos, nunca olham para cima ou se
                                               esbarram.

O que as deixou assim?

Minhas lembranças tomam
forma em minha mente,
elas possuem um nome.

Seus cabelos são macios como o linho,
seus cachos sem mantem suspensos
como os jardins da Babilonia,
as leves ondas que os
prendem lembram
uma cachoeira.

Cores flamejantes como as chamas,
que com suas brasas incandescentes
                         protegem do frio.

Seus olhos vaidosos como relâmpagos
me lembram os faróis, que traziam
esperança aos navegantes perdidos.

Sob o céu estrelado
sua luz que os guia,
para eles é a estrela
humana mais bela.

Sua pele é suave como a brisa,
brancura igual só é ostentada
                      pelas nuvens,
e seus labios amagentados
são sedosos como a petala
                          da rosa.

O céu magenta é assimilado pelo preto.

Agora é noite, tingida de nostalgia e
                                 melancolia.

Observo em silencio surdo a
morte de um vaga-lume,
cujo verde lucescente e
a dança divina pintava
este quadro escuro.

A vida é curta como um sopro,
apenas um folego que preciso
                            respirar.

O que é certo ou errado?
Tudo não passa de verdades
                          compostas?
Qual é a distancia entre realidade
                             e fantasia?
Não seria o passo de uma
                        formiga?

Vidas tão curtas e tantas perguntas,
a melhor resposta é não perguntar.

Apenas respirar.

Tento encontra-la, mas os olhos negros
daqueles que me julgam ocultam o
caminho que me leva até ela.

Geram trevas tão densas
que é possivel senti-las,
ouço o murmúrio da
escuridão.

Tenho medo do escuro que esta
                  sempre a espreita.

Medo que ele domine minha mente
e me faça esquecer tudo que ja vivi,
pelo que devo lutar e aquele olhar
meigo que me faz sonhar.

O que pode me libertar?

Tenho medo que o escuro arranque
meus olhos, de nunca mais poder
olhar o céu, e que o escuro em
cor cinza possa me transformar.

O que pode me libertar?

Quero apreciar com ela o nascimento do sol amarelo,
ver o lirio do campo florescer e uma rosa cortar
para em minhas mãos lentamente morrer
enquanto caminho feliz
para lhe entregar.

Ao som ensurdecedor do estrilar
mudo dos grilos, com olhos cristalizados
estou a escrever esses versos nas asas
de uma                       borboleta.

Logo que termino solto a
borboleta na noite densa,
sei que o olhar brilhante
dela a guiara.

Só ela consegue enxergar.

Seria tudo isso um devaneio
               da minha parte?

Estaria saindo fora das fronteiras da realidade
para me aventurar na terra da fantasia?

Não sei, porém, preciso tentar.

Se ela ler atentamente com os ouvidos,
esses versos vão despertar a unica
coisa que pode me libertar.

É algo chamado de amor.

Força capaz de reverter o eclipse
e a razão pela qual devo viver.

Se estivermos
juntos, o escuro
em eterno arco-íris
se convertera.



Autoria: Jordão Tomaz

Um comentário:

  1. Vale ressaltar essa poesia foi a primeira que escrevi, por volta de agosto de 2008.

    ResponderExcluir