6 de novembro de 2010

NóS PALHAÇOS







Não pretendo ser feliz,
mas verdadeiro.

(Friedrich Nietzsche)










A vida é um espetáculo
de mágica e ilusionismo.

A platéia só vê o picadeiro
               que deseja ver.

O palhaço é o controlador
de todas, menos das suas
emoções.

Sempre escondido no pó
de arroz, ninguém sabe o
                    que ele é.

O palhaço desenha o sorriso
no rosto com tinta guache,
para esconder as lágrimas
que borram a maquiagem.

Ele faz de tudo e cambalhota
para o publico pouco sorrir,
para aplaudirem por um
momento o personagem
                   que criou.

Um momento de gloria é
                    bom sentir,
mas depois que a torneira
da                   realidade
o pó de arroz vai
desmanchando,
ninguém mais
sabe seu nome.

Ninguém sabe além dele o
que deseja, ou realmente
                    o conhece.

Quem sabe ele se chama
João ou José, mas para o
público é só o palhaço
                  Zé Mané.

Ele é o ilusionista dos
sentimentos e vive sempre
coberto com a máscara da
                fantasia.

No picadeiro da vida faz
seu espetáculo até o dia,
em que se aposentara
de si mesmo e será
ele
                   mesmo.

Assim ele continua com
sua cambalhota sem fim,
                 pó de arroz,
sorrisos de guache e
lágrimas de sal.

Tudo para arrancar do
público um efêmero sorriso,
tudo por um momento de
glória esquecido.




Autoria: Jordão Tomaz

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