Agora era fatal,
que o faz de contas
terminasse
assim.
Pássaros negros escurecem
o céu, descansam na cerca
de arame farpado, outros
nas arvores enquanto
apreciam o farto banquete
exposto as moscas.
Minha presença espanta
alguns deles, mas logo
acostumam-se comigo
e voltam a se aproximar
dos bezerros mortos.
Era meu grande sonho,
enxergar beleza nos
lugares inesperados.
Tentei compartilhar a
visão renovadora com
meus amigos.
A maioria deles se perdeu,
até eu me perdi.
Longa estrada de terra
nossos pés te esqueceram,
a sua beira uma casinha
velha e simples.
Aquela pequena porta
murmura pedindo para
que a luz entre
novamente.
As crianças na rua
e a pipa no chão.
Não há vento, mas
ele corre e corre
(inventa o vento)
até que a pipa se
canse de voar
baixo.
Alguns acordes no violão,
cantar de olhos fechados e
ouvir os renegados já era
o bastante para nos fazer
feliz.
O sonho morreu.
Pássaros negros escurecem
o sol num redemoinhar
sincronizado.
Pousaram, se alimentaram
dele e voltaram a voar.
Agora o sonho é a fonte
de vida que movimenta
os pássaros.
Nunca esteve tão alto,
nunca esteve tão vivo.
Jordão Tomaz
Jordão Tomaz
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